18/08/2012

Ferradura ganha suas área públicas de volta


Em julgamento no dia 15 de agosto, a 3ª Câmara Civil do TJ, devolveu ao município de Búzios os 595.000 m2 de áreas públicas no bairro da Ferradura. A decisão foi unânime entre os desembargadores, que, no entanto, rejeitaram o pedido para a demolição do que havia sido construído nestas áreas. Segundo o relatório do desembargador Marcelo Lima Buhatem, estas áreas foram doadas ao poder público no ato da criação do Loteamento Condomínio do Atlântico, em 1973, e portanto são inalienáveis, ou seja, não poderiam volta às mão da iniciativa privada sem que fossem desafetadas e vendidas (contrariando o argumento do juiz da primeira instância, doutor João Carlos Corrêa, da comarca de Búzios).
         Porém, acatando o argumento da defesa dos réus, de que a demolição do que foi construído nestas áreas traria um grande prejuízo para quem as comprou e criaria uma super demanda judicial, o relator decidiu negar o pedido de demolição feito pelo Ministério Público e pela Associação de Moradores e Caseiros da Ferradura (AMOCA).
         Apesar de ser a maior interessada neste julgamento, a Prefeitura Municipal de Armação dos Búzios não enviou nenhum representante ao julgamento, fato que gerou criticas dos desembargadores presentes.
         Para a AMOCA, que representou contra o ‘roubo’ das áreas públicas, comemora o fato de que agora as áreas adjacentes ao lotes são de fato públicas, e que ninguém mais poderá ocupá-las. Porém, a associação lamenta a decisão de evitar a demolição do que já foi construído. Segundo sua presidente, Mônica Casarin, isto abre um perigoso precedente jurídico. “Ora, se as áreas são públicas não poderia haver construções particulares nelas. No meu ponto de vista, a decisão foi confusa, pois acabou por legalizar as irregularidades. A mim, parece que a mensagem deixada foi a seguinte: ocupe área pública e depois diga que é comprador de boa fé, e tudo vai ficar por isto mesmo!”.